sexta-feira, 15 de abril de 2011

De que cor são seus sonhos?

Este texto abaixo é de uma mensagem enorme. Muitas vezes, nos pegamos perdendo tempo sonhando com um objetivo, porém, sonhando apenas. O que a lição de Nianzu nos lembra é que um sonho só deixa de ser um sonho quando nos empenhamos e lutamos para que o mesmo se torne realidade. Não basta desejar, temos de arregaçar as mangas e fazer a coisa acontecer. Aparentemente, a luta pode até nos parecer longa demais, podemos desanimar no meio do caminho e desistir. Desistir é uma opção que cabe a cada um. Mas nunca sem lembrar o que diz o sábio mestre: "Tudo tem seu tempo certo para acontecer. E o tempo de Deus não é o nosso." Portanto, nunca desista tão facilmente de seus sonhos. Eles podem se tornar realidade num piscar de olhos!

"O pequeno Nianzu vivia numa pequena aldeia que deuses e homens estabeleceram, num dos imensos vales que se aninham submissos nos sopés das montanhas dos Himalaias.

Finalmente ao chegar às portas do templo, os pequenos olhos escuros do menino percorriam atentos todo o espaço, como duas pequenas rodas dos desejos, que as faces rosadas faziam elevar como dois pequenos altares da descoberta do mundo.


Naquele dia, ele era um entre outros tantos que como ele procuravam ingressar no templo que a vida fizera como a opção que à maioria seria negada, fosse na sorte ou na vocação.

Na sala onde se encontrava a qual fora conduzido por um jovem monge de cabeça raspada, haviam sido colocadas tintas de várias cores, pincéis e folhas de papel pardo, que o monge fizera distribuir cerimoniosamente no respeito antecipado e igual.

Entre o silêncio que dava a mesma cor às palavras e aos pensamentos daquelas caritas de olhar brilhante, deu entrada na sala o lama, que a idade aparente procurava acompanhar na sabedoria que se lhe adivinhava na expressão e modos que ia dispensando a todos e a cada um dos presentes.

Sentados e acomodados, convidou o lama que cada criança pintasse a folha de papel que lhe fora distribuída, com a cor quea achasse ser a dos sonhos. De imediato, cada criança tomou nas mãos uma folha de papel e o pincel. Escolhendo entre as cores das tintas à disposição, pouco foi o tempo que demorou para que diante do velho lama repousassem folhas de papel de cores diversas, como uma pequena roda multicolor. Ele olhava atento cada uma das obras expostas diante de si.

Perguntando a cada criança o porquê de cada cor escolhida, entre tantas que faziam justiça fosse ao sol, ao céu ou à neve e às montanhas, não tardou que fosse chegada a vez do pequeno Nianzu justificar a sua escolha. Diante dele repousava uma folha onde várias eram as cores, entre as quais imprimira noutras tantas a sua mão.

- De que cor são dos teus sonhos? Perguntou o sábio lama.

- São da cor das minhas mãos. Respondeu o pequeno Nianzu.

O velho lama baixou-se diante dele e, numa reverência simples, tomou-lhe o pincel e na cor da vontade lhe ensinou a escrever aquele que lhe reconhecia no verdadeiro nome ancestral: "Zhiqiang"."


*"Zhiqiang" é um nome chinês cujo significado é "a vontade é forte"."

A necessidade de sobreviver e a perda precoce da família fizera-o percorrer o caminho pedregoso das montanhas para chegar ao mosteiro budista mais próximo, que o destino lhe fizera escolher como recurso de sobrevivência. O trajeto não foi nada fácil, Nianzu passou por várias provações de fé, persistência e coragem.

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