quarta-feira, 27 de abril de 2011

A sete dias da morte


Um amigo meu disse esses dias que se tivesse uma semana de vida queria transar com algumas pessoas. A bem da verdade, acho que o desejo dele seria morrer cercado por centenas de mulheres de todos os tipos, trepando como louco com todas elas, mesmo sem saber quem são e o que poderiam lhe oferecer caso Deus mudasse de ideia e o deixasse vivo. É que ele faz o tipo que sexo é sexo, e quanto mais, melhor. Nada de carinho ou afeto, isso não é importante. Feliz mesmo ele morreria com algo do tipo Sodoma e Gomorra, experimentado as mais diversas formas de prazer e enfartado com orgasmos múltiplos. Isso seria o retrato ideal para sua última semana. Entretanto, talvez meu amigo morresse de congestão sexual antes mesmo do prazo final divino estipulado para sua pessoa.

Sabe, eu fiquei pensando o que faria se soubesse que iria morrer em uma semana. Gostaria de ter algum tempo com o homem que amo. Gostaria de dizer “Eu te amo”. Acho que muita gente morre sem dizer isso, ou sem ter pra quem dizer, o que é o mais chato e triste. No entanto, o melhor seria passar não com quem eu amasse, mas com quem me ama de verdade. Gostaria de senti-lo tocando meu corpo como se fosse pedaços de algodão, os meus cabelos, como fios de seda e que ele pudesse guardar o cheiro de minha pele sempre na memória. Queria dormir mais vezes de conchinha, sentir a respiração lenta do meu homem, tocar seu corpo repousando e senti-lo acordar devagarinho. Que lembrasse de minha voz como uma música alegre aos ouvidos, que jamais esquecesse de minhas mãos lhe tocando, acariciando e que o meu sorriso lhe servisse de inspiração para amar de novo.

Enfim, gostaria de deixar uma boa recordação a quem me dedicou amor.

Iria encher minha casa de margaridas, girassóis, angélicas e lírios. Iria deixar minhas calopsitas voarem pela casa à vontade. Levaria meu cachorro para correr na grama e jogaria a bolinha pra ele pegar até que “ele” cansasse. Iria passear no parque de mãos dadas, comer muita jujuba, brigadeiro e sorvete. Andaria bicicleta entre árvores, dormiria na sombra na um ipê amarelo.

Se eu fosse morrer em uma semana, faria um churrasco e convidaria a todos os meus amigos. Iria tomar muita caipirinha de maracujá e cerveja. Dançaria até um pagodinho. Iria a um orfanato e beijaria todas as crianças como se fossem meus filhos. Depois iria a um asilo e beijaria a testa de todos os velhinhos como se fossem meus avós. Pediria a benção ao meu pai pela última vez. Iria ao salão pintaria as unhas à francesa, faria uma escova no cabelo e daria muita risada de todas aquelas bobagens que a gente ouve da mulherada.

No Mercado Municipal, passaria uma tarde sentindo o aroma de todas as frutas, flores e especiarias. São estas as sensações e emoções que desejo levar para a eternidade. Pegaria um avião e voaria para a Polinésia Francesa. Na areia branquinha da praia, ficaria um bom tempo ouvindo o barulho das ondas. Deixaria o sol bater no meu rosto e aquecer minha pele. Tomaria muita água de coco gelada. Faria uma prece de agradecimento ao pôr-do-sol. E, pela última vez, dormiria abraçada a um travesseiro de plumas de ganso, sozinha e com o coração cheio de amor.

E você, o que faria?

2 comentários:

  1. Sete dias é muito tempo daria pra eu faser muita coisa, dizer tudo aquilo que eu sempre quis falar na cara de muita gente, comer tudo que é comida que eu sempre quis comer, e muitas outras coisas, mas o que eu tenho vontade mesmo é de ir pra bem longe beeeeeem longe mesmo tipo lá pro japão pra eu saber se o mundo é tão grande quanto parece, e então terminar meu último dia como se realmente não tivesse nada pra faser amanhã...aaa e eu queria morrer num domingo! não nesse! no ultimo domingo...=\

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  2. eu não sei... acho que não faria nada demais.. não vejo a morte como um mal e nem posso afirmar que é o fim de tudo. levaria de boa.. mas só experimentando pra saber de fato o que eu faria.

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