domingo, 17 de abril de 2011

Rosas no domingo

Românticas por natureza, a maioria das mulheres elenca coisas simples no ranking essencial para a felicidade. E o amor sempre está ali, na primeira colocação. Claro que há aquelas que elegem conforto, luxo e dinheiro como fatores mais importantes, sempre há exceções e, claro, quem goste disso obviamente.

Mas voltanto à maioria... as mulheres trazem em seu DNA a docilidade, o gosto de gostar, a ansia pelo amor. Aquele que liga para dizer "bom dia", que pergunta como está, que se preocupa. Coisas assim, muito simples, fazem uma mulher feliz. Mulheres são capazes de trocar o que puderem para ter uma tarde ao lado do seu amor, na rede, fazendo um cafuné. Aliás, ficam felizes com esta possibilidade, a de doar amor. Mas também gostam de ser amadas.

Gostam de ganhar uma rosa no domingo, de um beijo carinhoso, de serem chamadas de "meu bem"! Mais do que ganhar um presente, gostam de ser lembradas no dia do aniversário, e em todos os outros aniversários, de namoro, casamento, caso etc... Os homens nunca lembram, e a mulher sempre perdoa o seu amor diante de um pedido de desculpas.

Mulheres gostam de acarinhar seu homem, de fazer massagens nos pés, no corpo... de sentir a pele macia contra a sua. Gostam de fazer seu homem chegar ao ápice do prazer com seus toques e carícias. E gostam mais ainda de saber que o carinho que recebem é sincero. Gostam de fazer com que seu homem se sinta o mais importante entre todos os demais. Gostam, enfim, de tratar seu homem como rei. Mas também querem sentir que são suas princesas...

Mulheres são seres complicados, complexos, todos sabemos. Mas são os seres mais fáceis de conquistar. Basta se sentirem amadas com sinceridade. E o caminho da conquista é um propósito fascinante e altamente recompensador para ambas as partes. Pois este é o caminho do amor. E é só com amor no coração que todos os demais projetos ganham uma fluidez sem igual. "Com amor se vai ao longe", disse um poeta. E é verdade. A energia transmuta, as relações mudam e o nosso dia-a-dia fica muito mais gostoso.

Sorte do homem que sabe entender o espírito de uma mulher... Será o mais feliz entre todos!

A elas, um doce poema da doce Elisa Lucinda, e que resume tudo isso que disse acima:



Da chegada do amor

Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.

Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.

Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.

Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.

Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.

Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.

Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.

Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.

Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.

Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.

Sem senãos.

Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.

Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.

Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.

Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.

Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.

Ah, eu sempre quis uma amor que amasse.

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